5.31.2011

Estréia Niklasstrasse, 36
















Uma manhã que deveria ser como qualquer outra marca, definitivamente, a vida de Gregor Samsa. A metamorfose já aconteceu. Ela nos é mostrada já aca- bada desde o início. O que veremos, ao longo da fábula kafkiana, é a transformação do entorno - a clareza cada vez mais nítida sobre a perversidade das relações fa- miliares, das estruturas de dominação e submissão, da alienação humana.



Estréia essa sexta-feira no Teatro Cacilda Becker o novo espetáculo da Cia. dos Imaginários.



Aguardamos a sua presença!!!




Temporada de 03 a 26 de junho

Sextas e Sábados 21h, Domingos 19h

Ingressos R$10,00

Teatro Cacilda Becker - R. Tito 295, Lapa - São Paulo

















5.11.2011

Quixote volta a La Mancha

Em 2011 retomamos os ensaios da nossa primeira peça e eis que vamos fazer dois finais de semana de apresentações especiais no primeiro lugar onde a peça estreou. Sim, voltamos ao teatro 1 do Teatro Escola Macunaíma. Nossa casa. Nossa La Mancha. Onde nosso sonho começou.

Estão todos convidados!




1.05.2011

E começa 2011!



2011 começa com muitos projetos pela frente.

Em breve, pretendemos estrear o "NIKLASSTRASSE,36" - se tudo der certo, neste semestre.
E por que não uma reestréia do "QUIXOTE" por aí? O Cavaleiro da Triste figura já começa a limpar suas armas...

E 2011 ainda promete fjords, Terra do Nunca e cordéis dinamarqueses...

MERDA!

(Na foto, Luana Frez como a Empregada de NIKLASSTRASSE, 36 pelas lentes de Mariana Noguera)

12.15.2009

"Sonata dos Espectros" no Festival Strindberg


























Hoje, 15/12 às 20h a cia. dos Imaginários fará um ensaio aberto da peça "Sonata dos Espectros" como parte da programação do Festival Strindberg.

Após a apresentação, às 21h, será realizado debate sobre o autor sueco com Denise Weinberg, Carlos Rabelo, Maria Lucia Candeias, Bim de Verdier, Jacó Guinsburg, Nicole Cordery, Flávio Barollo e Gabor Araniya e também com a participação do diretor da cia. dos imaginário, René Piazentin.

As atividades são gratuitas. O Festival conta ainda com as peças Strindbergman e O Pelicano, e ainda exposição de fotos e vídeo no Viga até 20 de dezembro.

Data: 15/12 - terça-feira
Local: Viga Espaço Cênico
Rua Capote Valente, 1323
(ao lado do metro Sumaré)
tel.: 3801-1843

11.12.2009

Ensaio - "A Sonata dos Espectros" de August Strindberg


Em 2010:
de August Strindberg
"A Sonata dos Espectros"
com a Cia. dos Imaginários

5.15.2009

HOJE

Estréia do "Quixote" no Teatro Paulo Eiró.
Mas quem foi Paulo Eiró?
Uma breve biografia:
Paulo Francisco Emílio de Sales, o poeta Paulo Eiró, nasceu, quando Santo Amaro era município, em 15 de abril de 1836, filho de Francisco das Chagas e Maria Angélica.
Seu pai era o Professor Antônio Francisco das Chagas, que foi também o primeiro Presidente da Comarca de Santo Amaro.
Aos 11 anos se apaixonou pela prima Cherubina Angélica de Salles, que foi sua musa por toda a vida. Paulo já lia em francês e aos 12 anos escreveu junto com o pai: Taboas Chronologicas.

Aos 19 anos formou-se pela Escola Normal de São Paulo e foi nomeado como professor em Santo Amaro, exercendo o magistério por oito anos com intervalos.

Nos primeiros anos de magistério a vida de Paulo Eiró foi tomada de uma verdadeira febre para a poesia, não conseguia disfarçar a paixão que sentia pela prima e musa, mas a esperança de conquistá-la acabou, pois a mesma estava de casamento marcado.

Começou a ficar absorto nas aulas e, à noite os santoamarenses viam-no a caminhar pela Vila, o olhar perdido no chão. Começaram então os passeios pelos lugares próximos nos quais gastava o dia inteiro e não almoçava e nem jantava. Apesar da preocupação da mãe, ele sentia o enfadamento de tudo, somente uma esperança o animava: entrar na Faculdade de Direito. Entrou para a faculdade, licenciando-se na Escola Primária da Vila e transferindo sua residência para São Paulo.

Ficou conhecido como um poeta admirável e até algumas das suas poesias eram faladas nas arcadas acadêmicas da atual São Francisco. As esquisitices anteriores da época da Vila que haviam desaparecido no início do período estudantil, retornaram de uma hora para outra, queria sempre ir para casa e se fechava no quarto, não almoçava, não jantava. Às vezes seguiam-se dias de entusiasmo e bastante estudo até a próxima crise. A família preocupada trouxe-o para Santo Amaro, aí a próxima esquisitice foi mística. Inflamou-se no desejo de matricular-se no Seminário e não aceitava conselhos para demover tal idéia. O pai, que já tinha outro filho ordenado padre, até que não achou má idéia, e acompanhou-o ao Seminário Episcopal no Bairro da Luz. Neste período, Paulo Eiró, já contava com 23 anos e era considerado pelos colegas do Seminário como velho, contribuía também sua expressão facial sempre triste e o ar de ausência.

Com o seu humor novamente em crise andava pelo quarto, ou então espalhava pelo Seminário suas poesias tristes e abolicionistas, motivo pelo qual foi aconselhado a voltar a Santo Amaro e a seu pai foi sugerido que destruísse os cadernos com suas poesias o que foi feito pelo Professor Francisco das Chagas.

Sua próxima esquisitice foi a viagem a Mariana/MG, novamente os conselhos de nada adiantaram e sua partida aconteceu sob os olhares tristes da mãe e do pai. Da viagem, a família pouco teve noticia, exceto que quando pelo caminho pernoitou, na casa de parentes e amigos, mas se sabe que ele não conseguiu chagar a Mariana/MG. Como a viagem foi feita a pé, durante meses não se teve noticia dele. Vamos reencontra-lo, voltando sem a bagagem, tendo no bolso apenas um livro gasto de anotações.

Ao entrar em São Paulo, sente uma movimentação nas proximidades da Praça da Sé, muitos carros e luzes, então resolve ir até lá. Com aguda curiosidade resolve entrar na Igreja. Era um casamento, mas ao reconhecer a noiva vê que é a sua musa, a mulher que ele tanto amou agora casava-se e estava perdida para sempre. Até os padrinhos eram seus amigos e parentes, mas ninguém notou sua presença e novamente se põe a caminho a pé para voltar para Santo Amaro. Veio compondo a poesia:

FATALIDADE:

Que vista! O sangue se afervora e escalda!
Por que impulso fatal fui hoje à Igreja ?
Quer meu destino que, ao entrar, lá veja
Noiva gentil de cândida grinalda.

Nos olhos sem iguais, cor de esmeralda,
Lume de estrelas, plácido lampeja:
Seu branco seio de ventura arqueja;
Louros cabelos rolam-lhe da espalda.

Hora de perdição! Sim adorei-a;
Não tive horror, não tive sequer medo
De cobiçar uma mulher alheia.

Unem as mãos; o órgão reboa ledo;
Em alvas espirais, o incenso ondeia...
E eu só, longe do altar, choro em segredo!

Novamente morando na Chácara, a vida semsentido e morosa da Vila, Paulo Eiró, se dedica a escrever e faz também viagens, a Tatui,a Sorocaba e proximidades. Passa-se o tempo e o poeta encontra-se envolvido numa viagem ao Rio de Janeiro através do Porto de Santos, aonde chegou a pé. Da viagem à Corte, sem dinheiro, novamente não ficaram registros, mas sabe-se que a convivência intelectual era pura emoção. Naquela época pelo Rio de Janeiro circulava Machado de Assis, Bernardo Guimarães, José de Alencar, entre outros.

Na volta para a Chácara dedicando à poesia, foi convidado pela Comissão dos Festejos pelos 36 anos de S.M. Imperial D. Pedro II, para ceder os originais do drama Sangue Limpo que seria representada em São Paulo. Paulo Eiró participou da montagem e marcação das cenas . entusiasmado. Nos ensaios em São Paulo, sua alegria era tamanha, novamente Paulo Eiró, estampava no rosto a felicidade e junto ao grupo de artistas renomeados da época ele reencontra a lucidez, chegando muitas vezes a transmitir com sua fala o significado do texto.

O dia 2 de dezembro de 1861(dia das comemorações) começou com paradas militares, missa na Igreja da Sé e à noite no teatro São Paulo, localizado no Pátio do Colégio, foi encenado o espetáculo com a presença dos figurões do Governo, estudantes, e quase todos os moradores de São Paulo. Apesar da emoção presente em Paulo Eiró a crítica dos jornais não foram favoráveis e ao lê-las com decepção, novamente retornaram suas crises.

Nos próximos dois anos Paulo Eiró, dedica-se, em meio a crises, a dar aulas na escola primária em Santo Amaro, mas as alternâncias da sua demência obrigaram os familiares a pedir seu afastamento. As viagens ficavam cada vez mais freqüentes, ele ia a São Paulo e ao Rio de Janeiro, havia períodos em que não se tinha noticias dele, sem noção do tempo retornava à Chácara, sua saúde estava cada vez mais precária e a família criou o hábito de deixar o portão fechado para que ele não fugisse.

Mas em um domingo, pela manhã, ele encontra o portão aberto, atravessou a Vila e entrou na Igreja de Santo Amaro. Era hora da missa e todos estavam presentes e sem que a sua família notasse ele começou a interferir no que o padre falava. Todos ficam pasmos ao ver sua ousadia de falar durante a Santa Missa,seu pai, leva-o de volta para casa mas só a toma consciência que era hora de interná-lo quando ele quebra um crucifixo.

Em maio de 1866, Paulo Eiró, aos 31 anos, foi internado no Hospício dos Alienados que se localizava na várzea do Carmo na Rua Tabatinguera em São Paulo. Durante 5 anos ele definha, entre crises de demência e lucidez. Mas sua família também foi acabando, seu pai morreu em 1867 e sua escrava Ana em 1869.

Então no dia 27 de junho de 1871 faleceu Paulo Emílio de Salles, o poeta Paulo Eiró, no Hospício dos Alienados, de meningite, aos 36 anos de idade.


Hoje estreamos no Teatro do Paulo.

Um "Quixote" no Teatro do Quixote de Santo Amaro.

A ele, nossa homenagem. Que o Paulo possa, de algum lugar, iluminar nossa estréia, já que seu espírito sonhador, de uma maneira ou de outra, estará lá.